Arte, história e poder
A partir de 1942, a Capela Sistina passou a ser o local onde cardeais se reúnem para escolher o novo papa. Além de sua importância na história do papado, ela reúne algumas das mais belas obras de Michelangelo e Botticelli, dois dos principais artistas do Renascimento italiano.
Sua história começa quando Francesco Della Rovere torna-se o Papa Sisto IV e ordena a reforma da antiga Capela Magna, que ocorreu entre os anos de 1477 e 1480 e foi pensada também para que esta suportasse, caso necessário, ataques provenientes da família dos Médicis, com a qual o papado vivia em permanente conflito. Além dos Médicis, o papado temia também os turcos, então liderados por Maomé II e que, nesse período, fustigavam as costas do litoral oriental da Itália. Em virtude desses perigos que rondavam os territórios papais, o arquiteto responsável pela Capela, Baccio Pontelli, reutilizou parte de muralhas medievais presentes na área. Estudiosos afirmam que o tamanho da Capela (13,40 m de largura; 20,70 m de altura; e 40,23 m de comprimento) é idêntico ao do famoso Templo de Salomão, destruído pelos exércitos romanos no ano de 70 d.C.
Quanto aos afrescos, eles só tiveram início em 1481, e levou aproximadamente um ano para que fossem concluídos. Nessa fase da reforma, a Capela foi decorada por artistas como Sandro Botticelli, Pietro Perugino, Domenico Ghirlandaio e Cosimo Rosselli. É interessante notar que Michelangelo não participou dessa etapa da reforma.
A inauguração da nova Capela ocorreu em 15 de agosto de 1483, e o Papa Sisto IV consagrou-a a Assunção da Virgem Maria.
A Capela e o papado de Julio II
Em 1503, um novo papa assumiu o pontificado: Julio II, sobrinho de Sisto IV. Ele resolveu alterar a decoração da Capela e chamou para a tarefa o já conhecido pintor Michelangelo Buonarroti. Após quatro anos de trabalho, este terminou a nova decoração da Capela, que foi reinaugurada em 1.º de novembro de 1512, por Júlio II. Além das mudanças na decoração, Julio II resolveu mudar no nome da Capela e, homenageando seu tio, Sisto IV, chamou-a de Capela Sistina.
Mas as reformas não pararam por aí. Em 1533, o Papa Clemente VII resolveu que a Capela deveria ser redecorada, e essa tarefa foi confiada a Michelangelo, que a executou entre os anos de 1536 e 1541. Nessa época, o papado já era exercido por Paulo III. Após essa reforma, ainda houve mais uma, que ficou sob a responsabilidade de Hendrik van den Broeck e Mateos de Lecce.
A última grande reforma ocorreu no século XX, quando a Capela passou por uma restauração da estrutura e dos afrescos de seu interior entre os anos de 1979 e 1999, sob o papado de João Paulo II, e revelou para o mundo a força e a vivacidade das cores utilizadas por Michelangelo, pois foram retiradas as dezenas de camadas de poeira e fumaça das velas que haviam depositado-se sobre os afrescos ao longo dos séculos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário