Surgiu em Londres ainda no séc.XVII, irradiando pela Europa ao longo de todo esse século (primeiro nos portos ou nas grandes cidades, lançando-se depois aos aglomerados urbanos mais evoluídos do interior: Roma, Paris, Berlim, Haia, Lisboa,) sob o ideal "Liberdade, Igualdade, Fraternidade", contribuindo para toda uma conjuntura de instabilidade que culminou na Revolução Francesa. "Define-se pelo seu propósito de transformar a Sociedade mediante o exercício da liberdade política; pela guerra aos tiranos, aos déspotas e aos privilegiados; pelo deísmo...(...)Os ideais acabam por nacionalizar-se, adquirindo feições próprias, explicáveis pelos contextos sociais e mentais em que se integram.
A primeira loja maçónica portuguesa estabeleceu-se em Lisboa de 1735 a 1743, sob influência estrangeira (João Custon - suiço -, e Jacques Mouton - francês). No reinado de D.José, sob a ação do Marquês de Pombal, abranda-se a repressão anti-maçonica, e em 1801 haveria já cinco lojas em Lisboa, pertencentes a indivíduos de classes abastadas e intelectuais (alguns até eclesiásticos).
O primeiro grão-mestre português - o desembargador Sebastião José de Sampaio e Melo Castro e Luzignano - foi eleito em 1804. No decurso das invasões francesas (1807-1810) as condições propícias permitiram o engrossamento dos quadros maçónicos (13 lojas em Lisboa,em 1812), não obstante a perseguição iniciada em 1810. E, apesar da proibição solene ditada do Rio de Janeiro em 1818 (após as conspirações libertárias de 1817 em Lisboa e em Pernambuco), haveria já lojas maçónicas também no Porto, Coimbra, Santarém e Elvas.
Aos "pedreiros-livres" atribuem-se muitos sucessos políticos liberais, e depois republicanos (Implantação da República em 1910).
Distuinguem-se três períodos no estabelecimento e engrossamento da Maçonaria :
1º - até cerca de 1834.
Foi a fase heróica, de caráter fundamentalmente burguês ;
2º do estabelecimento definitivo do regime liberal até meados do século. Marcado por uma dissensão interna, entre uma maçonaria cartista e outra setembrista ;
3º - dos inícios da "paz podre" regeneradora até à proclamação da República, momento em que se esgotam as virtualidades revolucionárias da ordem.
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