Amor é fogo que arde sem se ver.
Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
È dor que desatina sem doer
È um não querer mais que bem querer;
È solitário andar por entre a gente;
È nunca contentar-se de contente;
È cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
È servir a quem vence, o vencedor;
È ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é mesmo Amor?
Amor,com a esperança já perdida
Teu soberano templo visitei;
Por sinal do naufrágio que passei,
Em lugar dos vestidos, pus a vida.
Que mais queres de mim, pois destruída
Me tens a glória toda que alcancei?
Não cuides de render-me, que não sei
Tornar a entrar-me onde não há saída.
Vês aqui a vida, e a alma,e a esperança,
Doces despojos de um bem passado,
Enquanto o quis aquela que eu adoro.
Neles podes tomar de mim vingança;
E se te queres inda mais vingado,
Contenta-te com as lágrimas que choro.
Luis Vaz de Camões
Nascido em 1524 ou 1525, em Lisboa ou Coimbra,(certo é que nasceu). Jovem, envolve-se em brigas,entre bandos...afoga as mágoas em bordeis com prostitutas. Foi viajante - seguiu para Marrocos, onde perdeu em combate o olho.
Em 1552,fere um oficial e vai preso por alguns meses. Solto em 1553 seguiu em viajem para a Ìndia. Na costa da Conchinc hina, a embarcação em que ele viaja sofre um naufrágio, matando sua companheira chinesa , Dinamene. Consegue salvar-se e aos seus manuscritos de 'Os Lusíadas',consegue nadar até alcançar o rio Mekong.
Em Goa, é novamente preso ,por inúmeras dívidas.
Volta a metrópole em 1569. Em 1572 , consegue publicar a sua obra mais famosa 'Os Luziadas' por fim consegue algum dinheiro.
Em 10 de junho de 1580, morre Luis Vaz de Camões, segundo alguns historiadores, morre na mais absoluta miséria, enterrado de favor e por piedade por entidade beneficiente.
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