sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Insulina - descoberta

Em outubro de 1921, no laboratório de Mac Leod, em Toronto, o canadense Frederick Banting – junto com seu colaborador Charles Best – utilizando cães como cobaias, consegue isolar uma substância que se mostrava capaz de eliminar os sintomas do diabetes. O extrato foi batizado de Insulina (palavra de origem latina. Insula, que significa “ilha”).

Este acontecimento representa um marco na história do tratamento do diabetes. Uma das primeiras pessoas a se beneficiar com a terapia foi a compatriota de Banting, Elizabeth Evans-Hughes, no início de 1922. Ela pesava apenas 20 quilos aos 15 anos de idade. Àquela época, a disponibilidade da insulina, mesmo em uma forma impura, significava a diferença entre a vida e a morte.

Inicialmente, o objetivo principal era proteger o paciente da descompensação aguda do diabetes e da cetoacidose. Depois, a atenção foi direcionada para a prevenção de complicações tardias, parcialmente por causa de uma diminuição na incidência de situações agudas, que eram algumas vezes fatais.

No entanto, logo após a grandiosa descoberta, surgiu um grave problema. Não havia, ainda, meios de produção suficiente no Canadá para suprir a enorme demanda repentina. O fato culminou no envolvimento de vários outros laboratórios para garantir o fornecimento em escala industrial, porém, sempre sob a supervisão do Comitê de Toronto.

Mas, já em meados da década de 1930, a demanda não parou de crescer. O que obrigava os laboratórios a produzir insulina, inclusive aos domingos. Época em que a substância passou a ser vendida para outros países, como os Estados Unidos, por exemplo.

Em 1936, o laboratório Hoechst foi o primeiro fabricante a modificar a forma de produção e gerar a insulina cristalina, melhorando o nível de pureza e sua tolerância local. Contudo, mesmo com os avanços as injeções administradas várias vezes ao dia eram muito incômodas para as pessoas com diabetes. Na época, a insulina tinha apenas efeito de curta duração - cerca de 3 a 4 horas.

O primeiro progresso nesta área foi alcançado por um grupo de pesquisadores dinamarqueses de Hagedorn, em 1936. Eles conseguiram provar que o efeito da insulina poderia ser prolongado se fosse ligada à protamina, uma proteína do esperma de um tipo particular de peixe.

Em 1938, os primeiros produtos, baseados nesse novo preparado, ainda eram apresentados na forma de suspensões de insulina, mas os resultados eram animadores.

Para atrapalhar o contínuo avanço da insulina, eis que Adolf Hitler invade a Polônia e começa a Segunda Guerra Mundial. Os fabricantes temiam, então, que a produção sofresse uma queda acentuada. Em 1940, através de um “contrato de suprimento com Moscou” foi mantido o bem-estar de muitos portadores de diabetes.

A primeira entrega de 20 toneladas de pâncreas, proveniente do Abatedouro de Moscou, chegou em boas condições. Entretanto, entregas posteriores chegaram da Rússia em condições duvidosas, pois os navios refrigerados haviam sido capturados pelo exército.

Fontes:

Biblioteca do IEDE;
Aventis Pharma;
A Descoberta da Insulina, Dr. Michal Bliss;
Cronologia da Genética - 13 Fev 2001 - Cientic, 2001;
Ciência e Tecnologia - Informativo Semanal da Radiobrás;
Biotecnologia.com.br.

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