terça-feira, 2 de outubro de 2007

Devoção mariana: virtude do Descobridor

Em sua nau capitânia, ele levava consigo uma pequena imagem da Senhora da Esperança, até hoje venerada em Belmonte, certo de ser Ela o melhor refúgio nas inconstâncias do mar tenebroso. Foi diante dessa imagem que ele, no momento em que seus companheiros celebravam o descobrimento do Brasil, se ajoelhou e agradeceu a Deus o sucesso do empreendimento [vi].

Quando retornou de sua viagem, o nosso descobridor mandou construir uma capela para a Senhora da Esperança. Capela essa ampliada pelos seus descendentes que a iluminaram quotidianamente com um círio.[vii]

Pedro Álvares Cabral foi, antes de tudo, um homem de Fé, que se lançou ao mar sob a proteção da Cruz de Cristo, nome com o qual foi primeiramente ‘batizado’ o nosso Brasil segundo seu desejo, como capitão da esquadra. Uma esquadra que levava a bandeira da Ordem de Cristo, em cujas velas se estampava a Cruz característica dessa Ordem de Cavalaria, e que chegou ao solo de um país iluminado pelas estrelas do Cruzeiro do Sul.

Que a Senhora da Esperança, que tão bem protegeu o descobridor do Brasil, continue a derramar suas bênçãos sobre a Terra de Santa Cruz.


[i] Segundo se acredita, pois não se tem certeza do ano.

[ii] Sanches de Baêna, O Descobridor do Brasil, Pedro Álvares Cabral, Lisboa, 1987, pp. 10-22.

[iii] João de Barros, Décadas da Índia, Década I, Livro V, Cap. 1.

[iv] Apud O ‘Muy Bom fidalgo’ que descobriu o Brasil., Catolicismo, nº 219, março de 1969.

[v] Alguns historiadores, como Gaspar Corrêa em seu livro Lendas da Índia, levantam a hipótese de um desentendimento com Vasco da Gama, que teria exigido ser o comandante, em lugar de Pedro Álvares Cabral, da esquadra que partiria para as Índias em 1502.

[vi] Bueno, Eduardo, A Viagem do Descobrimento, Vol. 1, Coleção Terra Brasilis, Ed. Objetiva, Rio de Janeiro, 1998.

[vii] Cortesão, Jaime, A Expedição de Pedro Álvares Cabral

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