
Alguns portadores de diabetes conseguiram se livrar das injeções diárias de insulina depois de receberem transplantes de células do pâncreas, de acordo com o estudo mais amplo já realizado sobre esse tratamento experimental. Mas, para a maioria dos envolvidos na pesquisa, os resultados não representaram a cura esperada.
Quase metade dos 36 pacientes que receberam o transplante de células conseguiram independência da insulina cerca de um ano após o tratamento. Os benefícios foram menos claros para os demais, e cerca de três quartos do grupo completo precisaram voltar às injeções.
Os pacientes sofriam de casos graves de diabete tipo 1, a forma menos comum da doença, que não é ligada à obesidade.
Especialistas dizem que o tratamento, envolvendo células doadas de cadáveres, ainda é promissor, e não demorará muito para que médicos descubram como levar o benefício para uma proporção maior de diabéticos. Em artigo publicado na edição desta quinta-feira do New England Journal of Medicine, pesquisadores dizem não saber o que levou alguns pacientes a se beneficiarem do transplante enquanto outros, não.
Portadores de diabetes do tipo 1 precisam de injeções regulares de insulina para sobreviver. A insulina é necessária para converter o açúcar dos alimentos em energia para o corpo. Embora alguns pacientes façam transplantes totais do pâncreas, o procedimento freqüentemente oferece risco.
Há anos os médicos tentam aperfeiçoar uma técnica menos invasiva, como o transplante de apenas algumas células. O procedimento não parecia promissor até 2000, quando um grupo canadense, chefiado pelo médico James Shapiro, publicou um artigo detalhando um método mais eficiente para realizar o transplante de células.
O estudo mais recente, também realizado por Shapiro, é o primeiro realizado em escala internacional. Dos 36 pacientes, 16 não tinham mais diabete após um ano do transplante, 10 melhoraram um pouco e 10 não tiveram nenhuma melhora. Dos que pareciam curados, cinco conseguiram ficar sem injeções de insulina por dois anos; 16 dos que conseguiram algum benefício precisaram voltar a tomar injeções antes de se passarem dois anos do transplante.
Os pesquisadores anotaram 23 casos graves de efeitos colaterais entre os receptores das células, incluindo anemia, diarréia e náusea. Dezoito casos precisaram de internação hospitalar.
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