segunda-feira, 11 de maio de 2009

Transplantes de celulas do pancreas


Alguns portadores de diabetes conseguiram se livrar das injeções diárias de insulina depois de receberem transplantes de células do pâncreas, de acordo com o estudo mais amplo já realizado sobre esse tratamento experimental. Mas, para a maioria dos envolvidos na pesquisa, os resultados não representaram a cura esperada.

Quase metade dos 36 pacientes que receberam o transplante de células conseguiram independência da insulina cerca de um ano após o tratamento. Os benefícios foram menos claros para os demais, e cerca de três quartos do grupo completo precisaram voltar às injeções.

Os pacientes sofriam de casos graves de diabete tipo 1, a forma menos comum da doença, que não é ligada à obesidade.

Especialistas dizem que o tratamento, envolvendo células doadas de cadáveres, ainda é promissor, e não demorará muito para que médicos descubram como levar o benefício para uma proporção maior de diabéticos. Em artigo publicado na edição desta quinta-feira do New England Journal of Medicine, pesquisadores dizem não saber o que levou alguns pacientes a se beneficiarem do transplante enquanto outros, não.

Portadores de diabetes do tipo 1 precisam de injeções regulares de insulina para sobreviver. A insulina é necessária para converter o açúcar dos alimentos em energia para o corpo. Embora alguns pacientes façam transplantes totais do pâncreas, o procedimento freqüentemente oferece risco.

Há anos os médicos tentam aperfeiçoar uma técnica menos invasiva, como o transplante de apenas algumas células. O procedimento não parecia promissor até 2000, quando um grupo canadense, chefiado pelo médico James Shapiro, publicou um artigo detalhando um método mais eficiente para realizar o transplante de células.

O estudo mais recente, também realizado por Shapiro, é o primeiro realizado em escala internacional. Dos 36 pacientes, 16 não tinham mais diabete após um ano do transplante, 10 melhoraram um pouco e 10 não tiveram nenhuma melhora. Dos que pareciam curados, cinco conseguiram ficar sem injeções de insulina por dois anos; 16 dos que conseguiram algum benefício precisaram voltar a tomar injeções antes de se passarem dois anos do transplante.

Os pesquisadores anotaram 23 casos graves de efeitos colaterais entre os receptores das células, incluindo anemia, diarréia e náusea. Dezoito casos precisaram de internação hospitalar.

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