sábado, 25 de julho de 2009

Mar nosso mar

Fímbrias de águas,reentrantes,
tomando posse das areias.
Arfar de ondas e de dunas,
trespassadas de luz.

Vai-e-vem bilrado de espumas -
ânsia e respiração, nossa, dos dias.
Mar, espelho de nuvens
e dos luzeiros do céu - ligação
e hífen a tudo o que desejamos
com lágrimas reprimidas
e raivas inconfessadas.


Placenta,morrente, e crepuscular.
Noite e abismo de sonhos - indiciados
por navios a perderem-se no longe
e uma teimosia,vertical, de passos impressos na beirada.



Matosinhos, Outubro de 1995

Luísa Da Costa

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