domingo, 28 de outubro de 2007

Espanha e espanhois

Durante três décadas e meia do século XX, os espanhóis, viveram sob um regime conservador, que só terminou com a morte de Francisco Franco em 1975. A partir de então todo o país se renovou não só politicamente, mas também sob o aspecto criativo e econômico.
É sem dúvida um novo país; seu entusiasmo contagiante e sua alegria palpável leva o visitante a conviver de um forma eletrizante com o dia-a-dia seja lá qual for a região que escolher ficar.
'Aqui se ama e celebra a vida todos os dias'.
Depois da Suíça a Espanha é o país mais montanhoso da Europa e o segundo em extensão só perdendo para a França. Dessa forma é compreensível se verificar a diversidade geográfica do país.
Desde áridos planaltos até pântanos e dunas como os do Parque Nacional Coto Doñana, na costa sudeste do Atlântico.
De profundas cavernas à Campinas rochosas; de picos nevados a ilhas vulcânicas, da mesma forma que sua área geográfica se diversifica por sua extensão, seu povo segue a mesmas trilhas provindas de povos diferentes. Os primeiros povos da península incluíram os Bascos, Celtas, Ibéricos, Gregos, Romanos e Visigodos, e o mais importante que isto, foi o fato de que os cristãos, só séculos posteriores a Cristo, se misturam muito através do casamento, com as minorias judias e árabes.
Hoje a maioria dos espanhóis se diz católicos genuínos, mas na verdade, quase todos têm ancestrais judeus ou muçulmanos.
Espanha tem uma herança extraordinária de história, arte e arquitetura. A
história da Espanha, mais parece um conto mesclado de romance de condes, califas, cruzadas e reis, começa bem antes da história escrita. Às vezes se confunde com histórias fictícias, como quando se adentra na região de Toledo e se parecem vivenciar contos como o de D.Quixote de la Mancha, mas nem tudo é folclore ou romance nessa terra ...tem muitas histórias e todas bem verdadeiras.
Os bascos estão entre os primeiros habitantes, amontoados nos vales frios e montanhosos do Norte. Depois vieram os ibéricos, aparentemente cruzando o Mediterrâneo da África do Norte, por volta de 3.000 ac. Aproximadamente mil anos mais tarde chegaram os celtas. Os fenícios, vindos do mar, fundaram Gadir (hoje Cádis) e muitas outras cidades do litoral. O desfile continua com os gregos, que colonizaram partes do litoral leste, e depois os cartigeneses, que fundaram Cartagena por volta de 225 ac.e chamaram o país que encontraram de Spania (era um lugar agreste e cheio de árvores, bem diferente da Espanha atual).
A civilização moderna começou com os romanos, que expulsaram os cartigeneses e transformaram a península em três províncias importantes. Os romanos não conseguiram controlar os nativos que resistiram bravamente por dois séculos, terminando um antes do nascimento de Cristo, mas sua influência perdurou.
No início do século V, os bárbaros invasores atravessaram os Pirineus, para atacar o enfraquecido império romano. Os visigodos, que mais tarde adotaram o Cristianismo, tornou-se uma força dominante na Espanha do norte por volta de 419, estabelecendo o reinado de Toledo. Mas eles também caíram diante dos poderosos invasores, desta vez os mouros, a força árabe liderada pelos beberes que atravessou o estreito de Gibraltar da África do Norte. Os mouros iniciaram um domínio muçulmano de quase oito séculos. Período que sob muitos aspectos foi o pináculo da civilização espanhola. Diferentemente dos outros invasores eles eram extremamente cultos. Durante seu domínio, judeus, árabes e cristãos viveram juntos, em paz, embora muitos cristãos tenham se convertido ao islamismo.
Os mouros trouxeram consigo um complexo sistema de irrigação, frutas cítricas, arroz, algodão, açúcar, palmeiras e vidro. Sua influência é evidente na Espanha moderna: muitas palavras começadas com “al”. Para o visitante, a evidência mais espetacular da cultura moura é encontrada em Andalucía. O Alhambra, um palácio de cor ocre que coroa o sul da cidade de Granada, é testemunho da delicadeza estética moura.
Os mouros nunca conseguiram dominar o noroeste de Galícia e Astúrias e foi nesta última que Palayo, um rei cristão de menor importância, começou sua longa cruzada conhecida como 'Reconquista'. Por volta de 1085, Alfonso VI de Castela tinha capturado Toledo, dando aos cristãos um forte controle do Norte.
Durante o século XIII, Valência, Sevilha e, finalmente Córdoba, a antiga capital do califa do muçulmano na Espanha, caíram sob o domínio das forças cristãs, deixando Granada em mãos mouras. Ainda levaria dois séculos para que os dois monarcas católicos, Ferdinando de Aragon e Isabella de Castela, se unissem em matrimônio para transformar o mundo.



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