quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Anuncio da Copa no Brasil

Depois de mais de cinco décadas de espera, o Comitê Executivo da Fifa confirmou nesta terça-feira, na sede da organização, em Zurique, na Suíça, o Brasil como sede da futura Copa do Mundo a realizar-se em 2014.

Após confirmar a Alemanha como sede do Mundial Feminino de 2011, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, fez o tão aguardado anúncio abrindo o envelope com o resultado da votação por volta de 12h36m ( horário de Brasília). Todos os 20 membros do Comitê Executivo da Fifa votaram a favor da candidatura do Brasil.

- O país que produziu os melhores jogadores do planeta, que tem cinco títulos mundiais, terá o direito, mas também a responsabilidade, de sediar a Copa em 2014 - disse Joseph Blatter, que salientou em seu discurso que o fato de a Colômbia ter desistido da candidatura à Copa de 2014 não facilitou a escolha do Brasil como sede da competição.

A delegação brasileira foi composta, entre outras personalidades, pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o craque Romário e até o escritor Paulo Coelho.
Blatter também salientou em seu discurso que o fato de a Colômbia ter desistido da candidatura à Copa de 2014 não facilitou a escolha do Brasil como sede da competição.

Após receber a taça da Copa do Mundo das mãos de Blatter, Lula assegurou ao presidente da FIFA que o Brasil estará, de hoje até 2014, se preparando para realizar uma das maiores Copas do Mundo da história .

- O mundo terá a oportunidade de ver o que o povo brasileiro é capaz de fazer. O futebol para nós, brasileiros, não é apenas um esporte, mas uma verdadeira paixão.

Com a confirmação da Fifa, o país do futebol voltará a receber um Mundial, fato que não acontecia desde 1950. Agora, o Brasil tem até o dia 31 de outubro de 2008 para anunciar quais são as cidades que receberão os jogos.

A Fifa recomenda ao Brasil que escolha apenas dez sedes. No entanto, devem ser indicadas 12 localidades, como nas Copas de 2006, na Alemanha, e de 2002, no Japão e na Coréia do Sul.
Vale ressaltar que o evento não está completamente garantido. Não existe um decreto ou lei que obrigue a Fifa a garantir a realização do torneio no país.
A organização pode nomear outro país como sede se o Brasil não cumprir várias obrigações que estão no caderno de encargos. Caso isso aconteça, pode acontecer com o Brasil o mesmo que aconteceu com a Colômbia, em 1986, o país perdeu a candidatura para o México justificando que não tinha dinheiro para terminar as obras necessárias à criação da infra-estrutura exigida pela Fifa.

Após 64 anos,
Copa do Mundo volta ao Brasil!

Fim do rodízio

Alegando estar frustrada com a candidatura única do Brasil, a Fifa já anunciou que mudará o formato de escolha para as próximas sedes da Copa.

Em 2018, os países ligados às seis confederações continentais (África, América do Norte e Central, América do Sul, Ásia, Europa e Oceania) podem ser candidatos, exceção feita aos membros das confederações que receberam as duas edições anteriores do Mundial.
Ou seja, em 2018, a América do Sul (pela escolha do Brasil para 2014) e a África (África do Sul é a sede de 2010) estão fora da briga. Inglaterra, Rússia, EUA, México, Austrália e um projeto em conjunto de Bélgica, Holanda e Luxemburgo são as primeiras candidatas para este mundial.

De acordo com o relatório dos inspetores que estiveram no Brasil no início de setembro, alguns pontos vitais do projeto brasileiro precisam ser feitos. São os casos de segurança e transporte (aéreo e terrestre), que necessitam de melhorias por parte dos governos federal, estadual e municipal. Mas há pontos positivos como as redes hospitalar e hoteleira, muito elogiadas no documento final da Fifa.

Em seis das 18 cidades candidatas (Maceió, Natal, Cuiabá, Campo Grande, Florianópolis e Rio Branco), os inspetores apontaram problemas no sistema de transporte que comprometem suas intenções. "Temos sete anos, até lá dá para arrumar muita coisa e tenho certeza que o Brasil pode organizar a Copa", ressaltou Zagallo, que esteve na final de 1950, mas prestando serviço ao Exército próximo ao gramado.

Apoio dos governos: Um dos requisitos básicos pedidos pela entidade máxima do futebol é a garantia governamental para a realização da Copa. O ministro dos Esportes, Orlando Silva, ressalta o apoio do governo federal e destaca a necessidade de reformas. “Teremos de fazer investimentos na área de transportes, portos, aeroportos, infra-estrutura de telecomunicações. Mas teremos também a participação do setor privado, até para a construção e reformulação de estádios”, disse.

O propagado “sucesso da organização” dos Jogos Pan-americanos do Rio, na visão do ministro, trará inúmeros benefícios para a realização da Copa. Para Orlando Silva, o trabalho no Mundial de 2014 será mais fácil. “A logística de uma Copa é mais simples. Ela mobiliza um grande interesse privado e movimenta um número muito menor de atletas do que o Pan”, contou.

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