quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Festividade de todos os Santos

(...)Entretanto, para os crentes é a festa de todos os Santos a que verdadeiramente tem relevância e reflete a fé no futuro para quem espera e vivem segundo o Evangelho pregado por Jesus.
O respeito aos restos mortais de quem morreu na fé e sua lembrança, inscreve-se na veneração de quem fora "templos do Espírito Santo".

A festa de Todos os Fiéis Defuntos foi instituída por São Odilon, monge beneditino e quinto Abade de Cluny na França em 31 de outubro do ano 998. Ao cumprir o milenário desta festividade, o Papa João Paulo II recordou que "São Odilon desejou exortar a seus monges a rezar de modo especial pelos defuntos. A partir do Abade de Cluny começou a estender o costume de interceder solenemente pelos defuntos, e chegou a converter-se no que São Odilon chamou de Festa dos Mortos, prática ainda hoje em vigor na Igreja universal".

"Ao rezar pelos mortos -diz o Santo Padre-, a Igreja contempla sobre tudo o mistério da Ressurreição de Cristo que por sua Cruz nos dá a salvação e a vida eterna. A Igreja espera na salvação eterna de todos seus filhos e de todos os homens".

Depois de destacar a importância das orações pelos defuntos, o Pontífice afirma que as "orações de intercessão e de súplica que a Igreja não cessa de dirigir a Deus têm um grande valor. O Senhor sempre se comove pelas súplicas de seus filhos, porque é Deus de vivos. A Igreja acredita que as almas do purgatório "são ajudadas pela intercessão dos fiéis, e sobre tudo, pelo sacrifício proporcionado no altar", assim como "pela caridade e outras obras de piedade".

Por essa razão, o Papa pede aos católicos "para rezar com ardor pelos defuntos, por suas famílias e por todos nossos irmãos e irmãs que faleceram, para que recebam a remissão das penas devidas a seus pecados e escutem o chamado do Senhor".

O Episcopado francês ilustra as festas de Todos os Santos e dos Defuntos

PARIS, 28 outubro 2003 (ZENIT.org) .- Em meio as campanhas publicitárias de promoção da festa de Halloween, a Conferência Episcopal da França publicou um comunicado para explicar o sentido das festas de Todos os Santos e do dia dos Defuntos.

«Com o passar do ano, a Igreja católica celebra os Santos que canonizou oficialmente e que apresenta como modelos e testemunhas exemplares da fé», recorda o texto.

Com a festa de 1º de novembro, dia de Todos os Santos, a Igreja deseja «honrar aos Santos "anônimos" --muito mais numerosos-- que com freqüência viveram na discrição a serviço de Deus e de seus contemporâneos».

Neste sentido, esclarece o documento, é a festa de «todos os batizados, pois cada um está chamado por Deus à santidade». Constitui, portanto, um convite a «experimentar a alegria daqueles que puseram a Cristo no centro de sua vida».

Em 2 de novembro, dia de oração pelos defuntos, explicam os prelados franceses, propõe uma prática que começou com os primeiros cristãos.

A idéia de convocar uma jornada especial de oração pelos defuntos, continuação de Todos os Santos, surgiu antes do século X, seguem explicando.

«Em 1º de novembro, os católicos celebram na alegria a festa de Todos os Santos; no dia seguinte, rezam de maneira mais general por todos os que morreram», afirmam.

Deste modo, a Igreja quer dar a entender que «a morte é uma realidade que se pode e que terá que assumir, pois constitui o passo no seguimento de Cristo ressuscitado».

Isto explica as flores com que nestes dias se adornam os túmulos, «sinal de vida e de esperança», concluem os prelados.

"Holywins" uma proposta criativa da Diocese de Paris

Na cruzada de ser criativo para em 31 de outubro, véspera do Dia de todos os Santos,

www.holywins.org conta como se organizam na Diocese de Paris !

A iniciativa, batizada com o nome do Holy wins» («a santidade ganha») --trocadilho contraposto ao Halloween-- foi lançada pela arquidiocese de Paris.

No 2002, vários centenas de jovens na missão nas ruas de Paris, mais de 8000 pessoas ao concerto da Praça St-Sulpice, com uma ampla cobertura nos meios.

Para 2003: Com o êxito da primeira edição, os jovens irão outra vez pelas ruas em 31 de outubro. Sua motivação? “ Testemunhe sua esperança e a sua fé na Ressurreição”.

(...) Em uma sociedade que tende a evitar a questão da morte, a festa do Halloween tem o mérito de nos questionar sobre este tema, mas só faz referência aos rituais mórbidos e macabros.

Por este motivo os jovens de Paris querem aproveitar o êxito do Halloween para testemunhar sua fé e a esperança cristã diante da morte na vigília da festa de Todos os Santos (1º de novembro) e dos Defuntos, dos que se faz memória ao dia seguinte.

Antigos cultos cristianizados

The Catholic Encyclopedia (Enciclopédia Católica) define o Dia de Todos os Santos como uma festa em “honra a todos os santos, conhecidos e desconhecidos”. No fim do segundo século, professos cristãos começaram a honrar os que haviam sido martirizados por causa da sua fé e, achando que eles já estavam com Cristo no céu, oravam a eles para que intercedessem a seu favor. A comemoração regular começou quando, em 13 de maio de 609 ou 610 EC, o Papa Bonifácio IV dedicou o Panteão — o templo romano em honra a todos os deuses — a Maria e a todos os mártires. Markale comenta: “Os deuses romanos cederam seu lugar aos santos da religião vitoriosa.”

A data foi mudada para novembro quando o Papa Gregório III (731-741 EC) dedicou uma capela em Roma a todos os santos e ordenou que eles fossem homenageados em 1.° de novembro. Não se sabe ao certo por que ele fez isso, mas pode ter sido porque já se comemorava um feriado parecido, na mesma data, na Inglaterra. The Encyclopedia of Religion afirma: “O Samhain continuou a ser uma festa popular entre os povos celtas durante todo o tempo da cristianização da Grã-Bretanha. A Igreja britânica tentou desviar esse interesse em costumes pagãos acrescentando uma comemoração cristã ao calendário, na mesma data do Samhain. . . . É possível que a comemoração britânica medieval do Dia de Todos os Santos tenha sido o ponto de partida para a popularização dessa festividade em toda a Igreja cristã.”

Markale menciona a crescente influência dos monges irlandeses em toda a Europa naquela época. De modo similar, a New Catholic Encyclopedia (Nova Enciclopédia Católica) afirma: “Os irlandeses costumavam reservar o primeiro dia do mês para as festividades importantes e, visto que 1.° de novembro era também o início do inverno para os celtas, seria uma data propícia para uma festa em homenagem a todos os santos.” Finalmente, em 835 EC, o Papa Gregório IV declarou-a uma festa universal.

O feriado do Dia de Finados, no qual as pessoas rezam a fim de ajudar as almas no purgatório a obter a bem-aventurança celestial, teve sua data fixada em 2 de novembro durante o século 11 pelos monges de Cluny, na França. Embora se afirmasse que o Dia de Finados era um dia santo católico, é óbvio que, na mente do povo, ainda havia muita confusão. A New Catholic Encyclopedia afirma que “durante toda a Idade Média era popular a crença de que, nesse dia, as almas no purgatório podiam aparecer em forma de fogo-fátuo, bruxa, sapo, etc.”
Incapaz de desarraigar as crenças pagãs do coração do seu rebanho, a Igreja simplesmente as escondeu por trás de uma máscara “cristã”.

Destacando esse fato, The Encyclopedia ofReligion diz: “A festividade cristã, o Dia de Todos os Santos, é uma homenagem aos santos conhecidos e desconhecidos da religião cristã, assim como o Samhain lembrava as deidades celtas e lhes pagava tributo.”

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