sábado, 27 de setembro de 2008

Pensamento do escritor

"Quando eu tinha 10 anos, ao narrar a um amigo uma história que havia lido, inventei
para ela um fim diferente, que me parecia muito melhor. Resolvi então escrever as minhas próprias histórias.

Durante o meu curso de ginásio, fui estimulado pelo fato de ser sempre um dos melhores em português e dos piores em matemática - o que, para mim significava que eu tinha jeito para escritor.

Naquela época os programas de rádio faziam tanto sucesso quanto os de televisão hoje em dia, e uma revista semanal do Rio, especializada em rádio, mantinha um concurso permanente de crônicas sob o título"O Que Pensam Os Rádio-Ouvintes". Eu
tinha 12, 13 anos, e não pensava grande coisa,mas minha irmã Berenice me animava a concorrer, passando á máquina as minhas crônicas mandando-as para o concurso.
Mandava várias por semana, e era natural que volta e meia uma fosse premiada.

Passei a escrever contos policiais, influenciado pelas minhas leituras do gênero. Meu autor predileto era Edgar Wallace. Pouco depois passaria a viver sob
a influência do livro mais sensacional que já li na minha vida, que foi o Winnetou de Karl May, cujas aventuras procurava imitar nos meus escritos.

A partir dos 14 anos comecei a escrever histórias "mais sérias" com pretensão literária. Muito me ajudou, neste início de carreira, ter aprendido datilografia na velha máquina Remington do eszcritório de meu pai. E a mania que passei a ter de estudar gramática e conhecer bem a língua me foi bastante útil.

De tudo, o mais precioso á minha formação, todavia, talvez tenha sido amizade que me ligou desde então e pela vida afora a Hélio Pellegrino, Otto Lara Resende e Paulo Mndes Campos, tendo como inspiração comum o culto á Literatura".

Fernando Sabino

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